sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Ao ouvir socorro, peça socorro...





Para certas coisas não se deve levar pela curiosidade...elas devem ser guardadas e esquecidas, mas no nosso interior existe algo maior, algo que não podemos controlar, aquilo que nos puxa para dentro do labirinto.






Há muito tempo atrás, aconteceu algo que me levou a ter esse conceito. Algo inimaginável por mentes frágeis e complicado demais para os experientes.





Era tarde, e o sol começava a se esconder quando me resolvi que não devia ficar em casa, estava entediado e solitário demais para inventar o que fazer, liguei para um amigo ir me esperar na praça e lá pensaríamos em algo. Ao chegarmos, logo procuramos um banco que não estivesse molhado, para tentar ver o que acontecia dentro da loja de roupas. Um casal discutia e nós tentávamos decifrar o que eles diziam.




Já estava anoitecendo e não tinha ninguém em casa, iria ficar sozinho. Aproveitei a oportunidade é liguei para minha mãe perguntando-a se podia ir dormi na casa de Mário. Liguei e por incrível que pareça ela consentiu.




Andando pelas ruas, a noite já dominava, estava tudo muito escuro e faltava um bom caminho para chegarmos em casa, o clima estava muito estranho, pois antes fazia um grande calor e depois o frio surgiu com toda força, até parecia que estávamos no inverno.




Em uma passagem, estavam construindo um novo condomínio e com isso lotes gigantescos se estendiam ao longo da enorme rua. Em um momento, aconteceu algo que nos deixou assustados, saindo de uma casa em construção, ouvi uma voz que pedia ajuda.




_Alguém ai pode me ajudar, estou preso e não consigo sair.




_Mário... O que será que está acontecendo ali?

_Não sei, mas pode ser armação, você não lê os jornais? Andam dizendo que criminosos fazem isso para atrair suas vítimas e ai só Deus sabe o que acontece depois.




_Mas alguém pode estar precisando de ajuda! Sinto muito, mas preciso ir lá.




Enquanto andava em meio aos entulhos, a voz ainda clamava por socorro desesperadamente. Procurei e procurei até que encontrei um gravador que repetia essa tal pedido de socorro. Indignado, voltei até a rua para reencontrar Mário.




_E ai, o que aconteceu?_perguntou-me.




_Que roubada! Era um radio gravador.




_Eu sabia, boa coisa não podia ser! _Disse ele sarcástico.




Continuamos andando pelas ruas e a escuridão aumentava, parecia que estávamos perdidos, pois andamos muito e não chegamos em casa. Continuamos seguindo, quando a voz começou a chamar novamente, mas dessa vez, não fui prestar o socorro.




Quando vimos que não estávamos perdidos, e sim chegando em casa, ouvi uns alguns ruídos vindos do mato que crescera no lote ao lado, era como se alguém nos seguisse e observasse, mas prosseguimos mesmo com um pouco de medo.




Quando chegamos na casa de Mário, este percebeu que a chave não estava mais em seu bolso.




_E agora como vamos entrar? _perguntei.




_Não sei, a chave deve ter caído do meu bolso, mas o que é estranho, é que ele não estava furado antes.




_Bom o jeito e voltar e procurar.




Andamos de volta por todo caminho, observando atentamente todo o chão. Procuramos até que a vimos logo à frente.




_Veja, está ali, pendurada no galho daquele arvore.




_Ainda bem, mamãe me mataria se eu a perdesse. Mas como vamos lá? Pode ser perigoso.




_Deixa de ser medroso e vai lá, eu vou com você.




Caminhamos até a árvore e pegamos a chave, mas quando nos viramos, nos deparamos com a coisa mais assustadora que se pode imaginar. Um homem alto, magro e pálido estava parado em nossa frente, a princípio não conseguimos identificá-lo, mas a medida em que se aproximava, notamos em seu pescoço marcas de estrangulamento, algo como se tivesse sido brutalmente enforcado, seus olhos muito abertos permaneciam sempre a nos encarar, o mais apavorante era o sangue que constantemente saía de sua boca e pulsos que pareciam ter sido rasgados. Foi quando ele disse:




_Por que não me ajudou quando precisei? Agora, não tem ninguém para ajudar vocês.



Não sabia o que fazer se corria ou se continuava estático. Foi quando Mário me puxou pelo braço e saímos correndo. Corremos até que nos livramos da criatura. Entramos rapidamente para dentro de casa e ficamos lá a noite toda sem nem mesmo piscar os olhos.




...




Anos se passaram e quase não lembravámos desse fato, tudo corria bem até que um dia, ouviram-se boatos de que em um condomínio sempre que alguém passava uma voz surgia pedindo ajuda, mas nunca encontravam ninguém no local.




A historia diz isso, mas agora se a curiosidade te dominar, experimente passar no seguinte endereço...







Rua das Lamentações, Nº não identificado.







Obs.: E lembre-se, ao ouvir socorro, peça socorro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário